Rosto da 3ª. edição de "Canto de Intervenção", de Eduardo M. Raposo, obra de inestimável valor para a compreensão do canto de intervenção/canto livre/canção de protesto/baladeiros, tantos foram os adjectivos atribuidos àqueles que, com a sua música e as suas palavras, deram um contributo importante para o esclarecimento e mobilização das massas populares, antes e depois do 25 de Abril.
"as canções de protesto e as baladas insinuadoras infestavam as estações de rádio (entre as mais activas, por sinal, figurava a convencionalmente chamada Emissora Católica Portuguesa, Rádio Renascença, que foi quem espalhou o sinal indicativo da revolução) e sucediam-se em festivais; no teatro de amadores como nas revistas fazia-se descaradamente o ataque frontal à ordem social; e o mesmo no cinema e na imprensa, onde, além da infiltração na maior parte dos jornais diários, os sociais-comunistas desfrutavam de alguns semanários de certa expansão, sobretudo o Notícias da Amadora (...) Era forçoso reprimir."Estas, são palavras de Marcelo Caetano, em Agosto/1974, no Brasil.
"As canções de protesto, que segundo Marcelo Caetano chegaram a perturbar o sono dos turvos ditadores, não eram uma contingência de um regime à beira do fim. Representavam antes um valor e uma tradição cultural em Portugal, como herdeiras das cantigas de escárnio e maldizer, da poesia popular, das trovas e baladas de contestação e resistência, do fado - não apenas do fado republicano, operário, social, mas simplesmente do fado, excluído e perseguido nos alvores do regime no âmbito de uma campanha puritana de alegada moralização dos costumes e das mentalidades. Ligadas à vida social e cultural essas formas de expressão e e de manifestação acompanharam a evolução de uma sociedade que a repressão procurava manter na total estagnação. Foram no pós-guerra, nos anos 40, as Heróicas - cultas Canções de Protesto, de Resistência, deHomens Livres, no dizer de Fernando Lopes-Graça - como mais tarde as Baladas, como lhes chamou José Afonso, as Canções de Intervenção, na contestação universitária e nas lutas laborais e anti-coloniais."
Extracto do prefácio à 3ª edição
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